Observações

Observações

Deve-se ou não cruzar braços e pernas?
Wenefledo de Toledo, em "Passes e Curas Espirituais", diz que ao nos concentrarmos ou nos colocarmos em "estado receptivo" não devemos cruzar pernas ou braços porque isso interrompe a marcha das correntes fluídicas.

De nossa parte, porém, o que podemos dizer é que o corpo fica mais bem acomodado e a circulação se faz livre e perfeita, sem os braços e pernas cruzados.

É preciso retirar certos objetos que o assistido ou passista portem?
Não há necessidade de passistas ou assistidos retirarem sapatos, relógio, aliança, níqueis ou quaisquer outros objetos que tragam consigo, a não ser que possam incomodar ou distrair a atenção durante o trabalho (ex.: pulseiras ou colares que fiquem tilintando ou que atrapalhem os movimentos).

Também não é necessário tirar o maço de cigarros do bolso ou da bolsa, pois o problema não é a presença do cigarro, mas a presença do vício e, no caso do passista, a responsabilidade pela saúde do seu corpo, por causa da impregnação de fluidos e na atração das companhias espirituais indesejáveis.
Existe passe especial?
O passe especial foi uma denominação inadequada dada ao passe ministrado às pessoas em tratamento nos centros espíritas. Logo foi visto como sendo "diferente" e as pessoas querem recebê-lo a todo custo. Na maioria das vezes é desnecessário, pois o passe convencional atende às necessidades gerais.
A diferença entre os passes está na equipe espiritual que secunda os passistas no momento do atendimento, no tempo de imposição das mãos sobre o paciente e nas diversas fases do processo terapêutico utilizado nas casas. E, é claro, depende das condições morais de quem o aplica. De nada adiantam técnicas, formas ou teorias especiais se o passista for pessoa de má índole ou não trabalhar por sua depuração moral.
O que é água fluidificada?
É a água magnetizada por fluidos espirituais e humanos, realizada com as preces e imposição das mãos.
Por quê fechar o frasco que contém a água a ser fluidificada?
O frasco que contém a água a ser fluidificada tanto pode estar aberto quanto fechado. Por uma questão de higiene, certamente que será muito melhor que ele esteja com tampa. Isto não influi no resultado da magnetização, pois as substâncias colocadas na água pelos Espíritos que trabalham na fluidoterapia, através da imposição das mãos dos encarnados, atravessam os campos da matéria tangível com facilidade.
O começo da aplicação do passe
O passe propriamente dito começa com o estabelecimento do contato espiritual do passista com o receptor e a imposição das mãos.
Esse contato espiritual é o processo pelo qual o passista estabelece ligação mental e fluídica com o receptor, seja com este presente ou à distância. Às vezes, isso é conseguido em poucos instantes de concentração contínua. De outras vezes, por causas desconhecidas, leva mais tempo.
Sinais que denunciam o contato estabelecido.
Não são obrigatórios e nem sempre se apresentam, mas podem ser assim:

No passista
Impressão física causada pelos fluidos que começam a envolvê-lo, por qualquer parte do corpo (pernas, braços, cabeça, face, laterais do corpo). Sinais materiais, como formigamento da pele, dos pés, mãos; ondas de calor ou então palidez, por causa de alterações na circulação sangüínea devido a possível influenciação dos espíritos. Nada disso, porém, se ocorrer, causará qualquer mal efetivo a um passista bem preparado, que sabe reagir adequadamente ao que ocorre.
No receptor
Os mesmos sintomas podem ocorrer e ainda crises de choro por estarem bastante emocionados com o ambiente que os recebe. O passista deverá estar habilitado a reconhecer esses estados e, prontamente, evitar conseqüências desagradáveis. Desde que se aproxima do receptor para o passe o passista começa a penetrar no ambiente espiritual do assistido. Mas é ao impor as mãos que esse contato perispiritual se acentua.

A imposição das mãos
É o ato de o passista colocar as mãos acima da cabeça do assistido. Geralmente é feito com as mãos espalmadas, dedos levemente separados uns dos outros, sem contração muscular. É nessa postura que os fluidos serão conduzidos e dispersos.
O fluido vital, por ser elemento de natureza mais denso do que espiritual, circula como uma verdadeira força nervosa por todo o sistema nervoso e escapa especialmente pelas mãos. Força de natureza eletromagnética, ele modifica o campo vibratório do assistido, transmitindo-lhe novas energias.

Durante a aplicação do passe


Enquanto aplica o passe, o passista deve manter a seguinte disposição e atitude:

1)Intimamente
- Confiança e desejo de ajudar, tudo condicionado à vontade de Deus. Ou seja: FÉ, AMOR e HUMILDADE. Para uma disposição íntima assim, o "amparo divino é seguro e imediato".
- Serenidade, para poder registrar, através da intuição, a orientação espiritual para o passe que estiver aplicando.
- Mentalização de recuperação do assistido que está sob a ação dos mensageiros do Alto, porque receber, transmitir e fixar energias são funções exclusivas da mente.
- Substituir a curiosidade (que alguma enfermidade física ou espiritual possa causar) pelo amor fraternal, ou não haverá êxito.
2) Externamente
A fórmula do passe não importa. Poderá obedecer à fórmula que maior confiança ofereça a quem o aplica como a quem o recebe (Pergunta 99 do "O Consolador" de Emmanuel). Mas o passe deverá sempre ser ministrado de modo silencioso, com simplicidade e naturalidade. (Item 54, cap. VI de "Obras Póstumas" de Allan Kardec).
"Lembrar-se de que na aplicação do passe não se faz preciso a gesticulação, a respiração ofegante ou o bocejo contínuo, e de que não há necessidade de tocar o assistido. A transmissão do passe dispensa qualquer recurso espetacular". (André Luiz, cap. 28 de "Conduta Espírita").
Evitar, portanto, gestos cabalísticos, esfregar as mãos, estalar os dedos, mímicas, tremores, suspiros, assopros, gemidos...
Quanto ao toque no assistido, normalmente o passe espírita é feito sem tocar o enfermo. No Centro Espírita, especialmente, deve-se evitar tocar o assistidos, porque, além do toque ser desnecessário, na quase totalidade dos casos que atendemos:

-muitos desconhecem o Espiritismo e assistidos ou acompanhantes vêem com estranheza e suspeita o toque pessoal;
-somos criaturas ainda imperfeitas e o toque físico pode desviar-nos da elevação de pensamento necessária ao passe. Portanto, prevenindo males maiores e salvaguardando o trabalhador do passe e a casa espírita de quaisquer prejuízos ou suspeita, recomenda-se a aplicação do passe sem qualquer toque no receptor.

Reflexos

Na execução de sua tarefa, o passista pode, algumas vezes, experimentar sensações relacionadas com o problema do assistido.
Como está imbuído do desejo de ajudar o semelhante, é compreensível que se sintonize com ele, a ponto de experimentar reflexos dos seus padecimentos. Toda tarefa de assistência pede abnegação. Mas o passista dispõe de recursos para eliminar os reflexos e poderá abreviar tal providência, tendo a mente voltada para a prece e a perseverança no bem.
Nos passes em pessoas sob a atuação de espíritos em desequilíbrio, o passista poderá registrar reflexos negativos desde a hora em que se dispõe a ajudar, podendo perdurar ainda depois do passe. É compreensível que os espíritos envolvidos na trama obsessiva, conhecendo-lhe a disposição de colaborar, pretendam arrefecer-lhe o ânimo, afastando-o do caminho do enfermo. Fé, perseverança no trabalho são a melhor medida para a superação desses obstáculos. E não nos esqueçamos de que a proteção espiritual é constante.


Exaustão

O passista, como mero instrumento que, através da prece, recebe para dar, não precisa "jamais temer a exaustão das forças magnéticas" (André Luiz, cap. 28 de "Conduta Espírita"). Portanto, desde que haja imperiosa necessidade, o passista poderá aplicar tantos passes quantos forem precisos, confiante no inesgotável manancial da infinita misericórdia de Deus. Contudo, poderá sentir cansaço físico ou mental por estar aplicando passes em muitas pessoas e por muito tempo. Cabe ao passista, mesmo reconhecendo ser um simples intermediário, poupar suas reservas energéticas evitando excessos desnecessários ou mau uso, e buscará os meios naturais que o auxiliem na mais rápida recuperação (oração, repouso, alimentação). Desse modo ajudará o esforço da espiritualidade em seu favor.


Finalizando o passe

Resultados do Passe

Não obstante a ajuda dos bons Espíritos, o resultado do passe dependerá das condições do passista e do receptor. Tendo recebido o passe, alguns enfermos se sentem curados, outros acusam melhoras, outros permanecem impermeáveis ao serviço de auxílio.

Classificando o resultado do passe, daremos que ele pode ser:

Benéfico
Quando o passista está em condições físicas e espirituais para transmiti-lo e quem recebe está receptivo.

São sempre benéficos os resultados de um passe alicerçado na oração e na sinceridade de propósitos. Porém, podem parecer mais ou menos expressivos, porque há que se considerar as necessidades evolutivas e provacionais do assistido.

Às vezes, a ajuda do passe pode se traduzir em melhor disposição mental, em confiança e resignação. Mesmo bom, o resultado do passe será passageiro, não se fixará em definitivo, se a pessoa não mantiver conduta cristã aconselhável.

Maléfico
Quando o passista está despreparado física e espiritualmente e emite fluídos grosseiros / perturbadores em direção ao assistido e esse, também despreparado, não sabe ou não pode fazer frente à carga fluídica que recebe do passista.

Não sofrerá prejuízo o assistido que:

- acionar seu próprio potencial fluídico para repelir, neutralizar ou modificar os maus fluidos que lhe foram endereçados;
- merecer a interferência de bons Espíritos em seu favor;
- haverá efeito nulo, quando o assistido, embora receba boa ajuda do passista, se mantém impermeável (descrença, leviandade, aversão). Neste caso, as energias não absorvidas pelo assistido se combinam com os fluidos ambientes e ficam, assim, de patrimônio geral, até serem canalizadas ou atraídas para quem lhes ofereça receptividade.

Atitude do Passista diante dos bons resultados alcançados no passe:

Qualquer que seja a sua modalidade, o passe, em última análise, procede de Deus, sendo o passista um instrumento de Sua vontade. Como intermediário dessa vontade, tendo entregue a condução do seu trabalho ao Plano Superior , o passista, com naturalidade e humildade evitará:
- "contemplar" excessivamente os bons resultados alcançados - porta aberta à vaidade;
- falar sempre dos benefícios que tem proporcionado com seus passes - ostentação orgulhosa;
- ficar curioso ou aflito por resultados nos passes - semeamos o bem, mas a germinação, desenvolvimento, flor e fruto dele pertencem a Deus. Certo é, porém, que haverá sempre uma recompensa natural para quem se doa no passe.

Dando, recebemos; e, geralmente, recebemos bem mais do que damos, porque Deus é infinitamente generoso.



Prece final

Quanto aos resultados do passe, quer tenham sido amplos ou reduzidos, com a permissão divina e a ajuda dos bons espíritos, nele tivemos a oportunidade de servir em nome de Jesus. Cumpre-nos, pois, agradecer numa oração, pelo que nos foi dado realizar.

(Dados extraído do livro "Fluidos e Passes", de Therezinha de Oliveira